domingo, 19 de junho de 2011

O QUE É CONTABILIDADE AMBIENTAL?

CONTABILIDADE AMBIENTAL




A contabilidade ambiental, pode ser entendida como a atividade de identificação de dados e registro de eventos ambientais, ( Ativos e Passivos Ambientais). Não trata-se de uma nova contabilidade , mas sim de um conjunto de informações que relatem adequadamente, em termos econômicos, as ações ambientais de uma entidade, que modifiquem seu patrimônio. O desenvolvimento da Contabilidade Ambiental é o resultado da necessidade de oferecer informações adequadas as características de uma gestão ambiental. Sendo a contabilidade um excelente instrumento de identificação, registro, acumulação, análise, interpretação e informação das operações empresariais aos sócios, acionistas e investidores em geral, além dos administradores, obviamente, ela se configura, conforme Queiroz (2000, p. 81), como o melhor mecanismo de gestão disponível ao empresariado, cujos resultados apurados podem ser tornados visíveis à sociedade, com relativa facilidade, mediante a apresentação de balanços mais complexos, que incluam, em seu corpo, as respostas aos questionamentos.[BR] A contabilidade é uma enorme fonte de registro, interpretação e informação de dados empresariais e governamentais, deve também, passar a preocupar-se com o retorno a ser dirigido a toda a sociedade, conforme disse o presidente da França, Jacques Chirac, em seu discurso na sessão plenária de encerramento do XV Congresso Mundial de Contadores, em 1997: "...A profissão contábil desempenha um papel fundamental na modernização e internacionalização de nossa economia. Isso porque vocês não se restringem a cuidar de contas. Vocês são conselheiros e, às vezes, confidentes das administrações de companhias, para que têm um importante papel a desempenhar, especialmente em assuntos sociais e tributários....". Atualmente , em relação ao Meio Ambiente , a Contabilidade deixa de divulgar a quantificação monetária das ocorrências ambientais. As demonstrações contábeis não permitem a seus usuários a inferência sobre a posição econômica da empresa em sua relação com o meio ambiente, não apresentando subsídios suficientes para projeções futuras ou tomadas de decisões lastreadas nesse relacionamento. Caminhando em direção ao verdadeiro papel do contador descrito pelo Presidente Francês , e nas necessidades dos gestores é que a Contabilidade Ambiental, vem preencher essa lacuna , formulando parâmetros de mensuração e registro que permitam o acompanhamento da convivência da empresa com o meio ambiente e a evolução econômica e patrimonial de tal relação . Uma pesquisa realizada em 1994 por Willits Giuntini, citada por Eugenio (2002) , junto as 125 maiores companhias americanas conclui que apenas 11% delas tinham suas políticas ambientais atreladas à contabilidade ambiental específica, o que sugere que os compromissos contábeis ambientais ainda encontram-se no inicio de um longo caminho a percorrer . Pesquisa realizada por Paiva, citado por Tinoco & Kraemer (2004, pg 63), revela que empresas brasileiras de papel e celulose não têm a política de contabilização, nem praticam a evidenciação contábil ambiental em sua plenitude, não proporcionando aos usuários da informação, detalhamento suficiente que possibilite inferências dos impactos desses gastos no desempenho do futuro das empresas. São diversos, os conceitos e definições atribuídas aos sistemas de controle, evidenciação e contabilização dos eventos ambientais: Segundo Bergamini Jr. ( 1999, p. 3), a contabilidade ambiental tem o objetivo de registrar as transações da empresa que impactam o meio ambiente e os efeitos das mesmas que afetam, ou deveriam afetar, a posição econômica e financeira dos negócios da empresa. Chistophe,citado por Tinoco ( 2001, p.100) define Contabilidade Ambiental como um “um sistema destinado a dar informações sobre a rarefação dos elementos naturais, engrenado pelas atividades das empresas e sobre as medidastomadas para evitar esta rarefação “. Para Tinoco & Kraemer (2004, p.64), a contabilidade ambiental é mais ambiciosa que a contabilidade tradicional, pois baseia-se em conhecer as externalidades negativas e registrar, mensurar , avaliar e divulgar todos os eventos ambientais. Werno Herckert, em seu artigo: “Ativo e Passivo Ambiental ” considera que na origem e na aplicação dos recursos do meio ambiente,a empresa deve gerar recursos para investir na recuperação daquilo que ela utilizou da natureza. A empresa que polui e destrói mais a natureza deve pagar mais, e a empresa que menos polui deve pagar menos. Exemplificou Herckert que uma fábrica de papel precisa de madeira e deve aplicar recursos em reflorestamento. Uma indústria de cimento deve ter recursos para investir em chaminés despoluentes. Um posto de gasolina que faz lavagens de carros troca de óleo etc., deve construir açudes de decantação para evitar a poluição de derivados de petróleo nos riachos, rios etc. A empresa deve criar contas que geram recursos. Esses recursos devem ser aplicados na recuperação da natureza. Devem-se criar modelos eficazes de harmonia entre o patrimônio da empresa, o social e a natureza.


Fonte: TINOCO, João Eduardo Prudêncio; KRAEMER, Maria Elisabeth Pereira. Contabilidade e gestão ambiental. São Paulo: Atlas, 2004. p. 63



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